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Nutrição comportamental: a técnica que vai além da restrição alimentar

Linha adotada por profissionais da área tem como base o cuidado com aspectos fisiológicos e emocionais dos pacientes


Nos últimos tempos, muita coisa rolou no universo da alimentação. De um lado, dietas restritivas, jejum intermitente. Do outro, ortorexia e transtornos alimentares relacionados à quantidade de informação que consumimos na internet e redes sociais. No meio disso tudo, uma nova abordagem tem chamado a atenção: a nutrição comportamental, que vai além do cardápio baseado em redução de calorias e emagrecimento. 

Mas como assim? Hoje em dia, há nutricionistas que trabalham os aspectos fisiológicos e emocionais da alimentação, isto é, a nossa relação mental com a comida. É como se fosse uma terapia, só que voltada para tudo o que ingerimos -- o foco é a alimentação e o corpo. A nutricionista Fernanda Timerman, uma das idealizadoras do Instituto Nutrição Comportamental, explica que a linha trabalha as questões que nos fazem comer. "É uma abordagem baseada na ciência da nutrição somada a ferramentas que ajudam o profissional a aumentar a adesão do paciente ao tratamento."



A jornalista Mariana Amorim, de 25 anos, passou por um período conturbado em sua vida, em que foi diagnosticada com compulsão alimentar. Hoje, ela frequenta uma profissional do método. "Teve uma fase da minha vida em que eu só pensava em dieta, mas não conseguia colocar em prática. Comecei a ficar deprimida e frustrada. Percebi que meu problema era maior do que a falta de 'foco'", revela. "Achava que para emagrecer, bastava 'fechar a boca e fazer exercícios'. Nunca sequer tinha refletido sobre o meu comportamento conturbado em relação ao que eu escolho comer." 



De fato, a nutrição comportamental se desenvolveu através do contato com pessoas que têm transtornos alimentares, de acordo com Fernanda. "A base da abordagem foi elaborada principalmente com profissionais que lidam com pacientes muito resistentes, que não aderiam à prescrição", diz. "Um indivíduo com anorexia precisa aumentar a quantidade de calorias ingeridas e não quer fazer isso. Então, usamos outras estratégias para colocar a prescrição em prática. Mas não trabalhamos apenas com pacientes com transtornos."

Por isso, as consultas não são como as tradicionais visitas ao nutricionista. Elas funcionam como sessões de terapia mesmo, com tratamentos personalizados que trabalham reeducação alimentar, traumas, medos e quadros de ansiedade relacionados à comida. "Ajudamos na organização e planejamento da alimentação, mas não prescrevemos dietas que excluem carboidratos ou reduzem drasticamente as calorias. Estamos sempre de olho no peso, mas não colocamos a perda como o objetivo principal. Ele acaba sendo uma consequência, já que cuidamos de comportamentos disfuncionais", diz Fernanda Timerman. 


De acordo com a nutricionista, um conceito básico da técnica é dedicar um tempo às refeições e prestar atenção nas sensações e respostas do corpo. Então já dá para ficar atenta ao nosso dia a dia. "Deixe de comer em frente ao computador, no carro, ou com pressa. Você só consegue acessar os sinais do seu corpo quando está presente. Perceba o que te dá fome, vontade, quais são os alimentos que te saciam mais. Planeje a sua rotina, coma com calma e em um lugar tranquilo. Diminua o excesso de informação que vem de fora na hora de se alimentar."

Fonte: Glamour


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