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Suplementar colágeno funciona?

Atualizado: 13 de mar.

Termo “colágeno” deriva das palavras gregas Kolla (cola) e Genno (produção) e é utilizado para  denominar uma família de 27 proteínas de alta elasticidade, de origem animal. São encontradas nos tecidos conjuntivos do corpo, onde cumprem a função de contribuir com a integridade estrutural, a  resistência e a elasticidade de todos estes tecidos em que estão presentes: ossos, tendões, cartilagens, veias, pele, dentes, músculos e na camada córnea dos olhos.


O colágeno cumpre estas funções ao manter as células dos tecidos unidas e fortalecidas, inclusive em processos de cicatrização e regeneração, em caso de cortes cirúrgicos ou acidentais, além de contribuir para a hidratação das células.


Quando suplementar colágeno

A perda do colágeno no corpo começa aos 18-29 anos de idade. Após os 40 anos, o corpo  humano pode perder cerca de 1% ao ano e por volta dos 80 anos a produção de colágeno no corpo pode diminuir 75% no geral em comparação com a de adultos jovens.

O declínio da presença do colágeno no organismo está comumente associado à parte estética, pela perda da firmeza da pele, mas também está ligado ao surgimento de algumas doenças como:  osteoartrite e osteoporose.

Dessa forma, passa a fazer sentido a suplementação de colágeno conforme o declínio da sua  produção pelo organismo, para manter íntegras as suas funções e prevenir a ocorrência dessas condições e doenças que afetam não só a aparência, mas a mobilidade e qualidade de vida,  especialmente no envelhecimento.

Os suplementos de colágeno são eficazes?



Entre os tipos de colágeno já identificados, 28 ao todo, estão os tipos I, II e III, os mais comuns,  inclusive para a suplementação, que variam em diâmetro, composição de aminoácidos, comprimento, estrutura molecular, além da concentração e localização em cada tecido onde estão presentes.

Além da escolha certa do tipo de colágeno, uma condição importante para que a suplementação do  colágeno funcione corretamente é a presença de um bom estado nutricional, especialmente no que diz respeito à ingestão de proteínas.

No colágeno predominam aminoácidos como: glicina, prolina, lisina, hidroxiprolina, hidroxilisina e alanina, com ausência da maioria dos aminoácidos essenciais. Dessa forma, é considerado uma fonte proteica pobre para a dieta humana, embora seja justamente esta característica que possibilita o fornecimento da resistência e elasticidade para as estruturas anatômicas nas quais está presente.

Em uma condição de desnutrição, sem aminoácidos suficientes, o organismo, caso receba a suplementação de colágeno, prioriza o uso onde são mais necessários, mesmo sendo uma fonte mais fraca e os tecidos-alvos da suplementação, como a pele, acabam tendo importância secundária.

Assim, justifica-se a necessidade de ter o organismo suprido em proteínas para somente então suplementar o colágeno com foco em suas funções desejadas.

Um estudo realizado na Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia apontou a relação entre o colágeno e a dieta equilibrada em proteínas, com resultados que mostraram a presença de uma maior quantidade de colágeno entre animais nutridos do que nos desnutridos e que o padrão morfológico desta proteína era mais organizado no primeiro grupo.

As indicações para suplementação de colágeno

Existe uma grande polêmica em torno da suplementação de colágeno, especialmente no que se  refere à capacidade do organismo de absorver e direcionar o suplemento de colágeno para o tecido e a função a que se destina o tratamento.

Os peptídeos de colágeno hidrolisado

Neste contexto, destacamos o colágeno hidrolisado, em sua forma de peptídeos, crescentemente  estudado nos últimos anos com efeitos funcionais e benéficos para a pele, principalmente na melhora dos sinais de envelhecimento, além de atividade antioxidante, anti-hipertensiva e com potencial de estimular também o metabolismo de diferentes tecidos conjuntivos como as cartilagens e os ossos.

Dessa forma existe atualmente um consenso de que os efeitos biológicos promovidos pelo colágeno estão relacionados à sua ingestão na forma hidrolisada, pois o processo de hidrólise enzimática dá origem a peptídeos de colágeno biologicamente ativos que, após a ingestão, conseguem atravessar a mucosa intestinal e ser distribuídos, por exemplo, para a pele, onde estimulam o metabolismo das células dérmicas, elevam a quantidade dos compostos constituintes da matriz dérmica e melhoram as suas propriedades funcionais e biomecânicas.

Um suplemento seguro

O colágeno hidrolisado é considerado seguro e biodisponível, composto por mistura de  peptídeos derivados da degradação enzimática do colágeno nativo da pele de animais,  geralmente bovinos e suínos, além de peixes. Não são todos iguais, pois sua composição varia de acordo com a fonte, além da tecnologia de hidrólise enzimática utilizada em sua obtenção.

Alguns benefícios são relatados na literatura:


A ingestão de colágeno hidrolisado pode estimular o processo anabólico na pele e assim aumentar a produção de colágeno pelos fibroblastos e retardar o envelhecimento da pele.


O colágeno hidrolisado de origem bovina e suína aumenta a inibição da atividade da enzima conversora de angiotensina (ECA) e a atividade hipotensiva, surgindo com um bom potencial de aplicação em  tratamentos ou prevenção da hipertensão.



O uso dos suplementos de colágeno


A suplementação com colágeno vem sendo cada dia mais estudada, já sendo considerada eficaz  para situações como estas apresentadas aqui. Os resultados estão associados principalmente ao uso do colágeno hidrolisado através de uma suplementação feita com constância e frequência e indicado a partir dos 25 anos, idade em que o declínio da produção natural pelo organismo é iniciada, embora seja comum o início a partir dos 40 anos, quando os efeitos desta falta começam a ser notados e  questões, como do envelhecimento, passam a ter mais relevância na vida do paciente.

Os melhores resultados em antienvelhecimento e prevenção de doenças estão associados a diversas questões relacionadas ao estilo de vida, tais como uma alimentação mais saudável, a prática de exercícios físicos, a exposição aos raios solares, o gerenciamento do estresse, a abstenção de álcool e tabagismo e a qualidade do sono.


Referências bibliográficas

1- Gonçalves GR, et al. Benefícios da ingestão de colágeno para o  organismo humano. REB. 2015;8(2):190-207. 2- dda Silva FT, Barretto Penna AL. Colágeno: Características químicas e propriedades funcionais. Rev. Inst. Adolfo Lutz (Impr.) 2012;71(3):530-9. 3- Campbell MK. Bioquímica. 3. ed. Porto Alegre (RS): Artmed; 2000.4- León-López A, et al. Hydrolyzed Collagen-Sources and Applications. Molecules. 2019;24(22):4031. 5- Medrado ARAP, et al. Como a desnutrição proteica influencia a formação do colágeno na cicatrização dos ferimentos? SciELO em Perspectiva | Press Releases, 2019 [acesso em 18 de agosto de 2021]. (link) 6- Zague V, Machado-Santelli GM. Bases Científicas dos Efeitos da Suplementação Oral com Colágeno Hidrolisado na Pele. Revista Brasileira de Nutrição Funcional - ano 15, nº65, 2016. 7- OPorfírio E, Fanaro  GB. Suplementação com colágeno como terapia complementar na prevenção e tratamento de osteoporose e osteoartrite: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. 2016;19(1):153-164. 8- Ortolan M, et al. Influência do envelhecimento na qualidade da pele de mulheres brancas: o papel do colágeno, da densidade de material elástico e da vascularização.Rev Bras Cir Plást.


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